Este silêncio é feito de agonias
E de luas enormes,irreais,
Dessas que espiam pelas gradarias
Nos longos dormitórios de hospitais.
De encontro á Lua,as hirtas galharias
Estão paradas como nos vitrais
E o luar decalca nas paredes frias
Misteriosas janelas fantasmais...
Ó silêncio de quando,em alto-mar,
Pálida,vaga aparição lunar,
Como um sonho vem vindo essa Fragata...
Estranha Nau que não demanda os portos!
Com mastro de marfim,velas de prata,
Toda apinhada de meninos mortos...
Mário Quintana
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